segunda-feira, 28 de junho de 2010


"O fogo queima
Sem saber o nome
Sem saber pra onde
Nem de onde veio..."



O fogo queima
Sem saber sentir-se
Sem fingir unir-se
Com tudo que odeio.


Fogo!!! um dos 4 elementos que foram por muito tempo a principal teoria da composição de todo o universo, mostra-nos o que tanto nos esquecemos, que podemos sim, viver sem preconceitos e prejulgamentos.
Será que um dia poderemos todos caminharmos sem ser pertubados ou até mesmo ignorados, será que vai chegar o dia em que não precisaremos mais de passaporte, será que vai chegar a hora de uma só nação sem ordem ou desordem, sem pretenções individuais ou grupais?
Os grandes pensadores provavelmente já devem ter pensado nisso, mas como eles sabem que isso não passa de uma mera utopia, já que toda a sociedade caminha para um individualismo?
Me pergunto por que tanto se fala em caracter, ética e tantas outras palavrinhas que estão sendo esquecidas nos cofres dos bancos.
Muito se fala que a grande causa seria o capitalismo e todo este consumismo que se faz presente, porém sou obrigado a lembrar que todo este capitalismo e globalização nada mais são que a evolução de toda a economia e sociedade mundial. Logo, me pergunto então ... será o individualismo uma evolução humana ou será este egoismo uma caracterisca inata do ser humano ?
Infelizmente está é uma questão a qual não se deve responder, mas sim uma questão que deve ser pensada e discutida.


Ah sim! só para tom de curiosidade o trecho inicial é da música "o fogo anda comigo"(Nação Zumbi)
Link para ouvir a música O fogo anda comigo

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tic-Tac, Tic-Tac


Tic-Tac, Tic-Tac ... é este o único som a se escutar nessa noite onde os pensamentos voam, a cabeça pesa, o sono some ... o medo continua.
Pensamentos que no decorrer do dia passam despercibidos, pois tratam-se de amores passados, amigos que já se foram, escolhas erradas das quais me arrependo, experiências vividas, além daquele eterno medo de já não poder me reconhecer no espelho ... não saber se sou aquele mesmo que outrora não bebia ou até mesmo não brincava carnaval. E falo do medo de olhar para o passado e pensar o quão diferente a vida moldou o rumo de cada um ...
Fico a me perguntar qual a causa de todos terem tomado caminhos tão diferentes e ao mesmo tempo se tornarem tão iguais, será que eu é que estou inserido num mundo ao qual não pertenço ... será tudo fruto dá minha nobre imaginação? Percebo que é tênue o limite entre o que já vivi, o que meus sentidos puderam captar durante tanto tempo e o que minha mente se torna capaz de fantasiar ... só para tornar mais agradáveis as minhas lembranças.
Penso cá com os poucos neurônios que ainda me restam a esta altura da madrugada se adianta pensar no que fui, no que sou e no que quero ser ... ou será melhor deixar a vida cuidar de tudo como sempre cuidou?
E agora os pensamentos estão a ficar mais brandos, lentos . As ideías já não mais me impressionam e as lembranças me parecem pedras soltas de um quebra-cabeça que nunca termina, porém o Tic-Tac continua firme e místico como sempre foi .
Constantemente me pergunto o motivo desse Tic-Tac ser tão imponente e místico, qual o motivo do ponteiro do relógio fazer este som ? Será que se outro som lhe fosse atribuído ele continuaria tão místico? o tempo ? o que acontece agora ... nesse momento ... em qualquer lugar do universo ... dentro de cada ser?
Porque dentro de cada ser em si, em qualquer parte da história persiste essa pergunta ... e não sei bem ao certo a respostas, nem sei até onde meus pensamentos e lembranças estão a me levar. Sei apenas que já está chegando a hora de acordar!!!! Seguir aquela velha e cansativa rotina que sempre repetimos sem ao menos titubear. Que sensação estanha ... tal qual se dopar com morfina ...
Ver as horas passarem ... o sono não veio e o Tic-Tac ainda lá não para nem ao menos para descansar, não tem férias ou descanso nem nos parece reclamar e quando está enfadado de trabalhar suplica apenas por lhe trocamos as pilhas e está tudo bem. Força Nova.
Será o relógio o mais idiota dos seres, pois não reclama de nada nem sente qualquer tipo de emoção ou os tolos somos nós que de tudo reclamamos e de tudo queremos?
Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac ...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Seres espúrios e ciclos incessantes


Cala a tua boca! Perca a tua Força;
Balbucies incrédulo aquela oração.
Teus filhos ? ... já morreram,
Olha para eles, jamais conseguirão.
Sentas na poltrona mais larga;
A mesa é mais farta na televisão.
Teu sono é tão curto,
Teus dentes imundos,
Teus sonhos no mundo
Pronuncias em vão.
De cortinas fechadas
De boca cerrada,
Com a roupa amassada;
Sozinho, no escuro,
Contemplando as próprias mãos.
Com a alma amputada,
de cabeça cansada,
Balbucias incrédulo,
Aquela oração.
Quanta nostalgia e nenhuma vontade
E já vai longe a idade E aborreces à toa
De barba esparsa e boa
Balbucias, incrédulo,
Aquela oração.
De tez alterada; A fala embargada;
Modernas Mentiras, Mentiras Decentes,
Mania recente é a lembrança da mãe;
Que sempre alertava ao seu pobre menino
Que "o céu é bom e o certo é ser feliz".
É triste o sofrer (...)
É triste quando a morte chega lenta
E tão só por isso te sentas
Numa sala suja de Hospital.
A morte é banal !
É banal, ... o apelo de Maria
Os gritos de desespero de João, Que ninguém mais ouve
Esta tua grande farsa preeminente
este mundo esquálido ao qual te agarrastes ... e pronto.
E ainda queres que a vida,
este imenso caleidoscópio de razões e emoções
esperanças, erros
Contradiga tudo a que o teu lógico espúrio pensamento levou;
O mundo te calou !
o mundo te calou e não fizestes nada
para que dissessem o contrário ...

33'


Tantos atalhos se percorrem em silêncio,
E a Guerra é travada a todo instante;
A vida inteira enterrado nesta lama;
Há trinta anos que a história se repete.

E esta faca que arranca os teus olhos
É a mesma que cega teus descendentes.
Desta batalha sobrevivem alucinados ,
Os filhos fortes que lutaram a vida inteira.
E os que se esconderam ainda vagam pelos cantos
Contando estórias que parecem verdadeiras.

Teu sacrifício não é lembrado nesta hora,
Pois a mortalha é sacudida pelos ares.
Mas se ele morre ele salva o mundo inteiro
E não se cala apesar de ter vontade.
Um grito ecoa estridente pelos vales.
Um grito ecoa estridente pelos vales.

Quem estava à mesa tinha a ilusão mais duradoura
E até sabia que a fé não serviria
para excluir - te de uma vez todos (os) pecados.

E esta faca que arranca os teus olhos
É a mesma que cega os descendentes.
Desta batalha sobrevivem alucinados,
Os filhos fortes que lutaram a vida inteira.
E os que se esconderam ainda vagam pelos campos,
Contando histórias que eles dizem verdadeiras.

E esta faca que arranca os teus olhos
É a mesma que cega teus descendentes.